sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"Sentidos Urbanos" em Ouro Preto

Cidade misteriosa, cercada de historia e magia alem da magnífica arquitetura, Ouro Preto foi a primeira cidade a ser considerada pela Unesco no ano de 1980 como Patrimônio da Humanidade.


Palco da Inconfidência Mineira e da corrida do ouro, a cidade, que antes era chamada de Vila Rica, guarda muitas riquezas que não se restringem apenas às dezenas de igrejas cobertas de ouro e pedras preciosas.




Histórias de homens como Xavier de Brito ou Antônio Francisco Lisboa, eternizado como Aleijadinho e de romances proibidos entre Tomás Antônio Gonzaga e sua eterna Marília.




Percebendo detalhes como as textura das paredes, o cheiro dos becos e córregos, o som das ruas, arquitetura das casas, igrejas e monumentos que fizemos um passeio pela cidade, através dos “Sentidos Urbanos.”

Alguem já passou por essa experiência? Vocês conhecem alguma outra cidade que tenha algo parecido?


Achei essa idéia genial... muitas vezes pela correria do dia a dia, pela maratona que temos que fazer pra conseguir sobreviver na semana, não percebemos as maravilhas que podem nos rodear. Digo maravilha, não me referindo a gigantesca obras da engenharia humana, mas sim, me referindo a uma fruição estética e sensibilização para o universo das artes, o (re)conhecimento e apreciação da cultura local. Isso tudo com o intuito de olhar com outros olhos o mesmo local.

Nesse mesmo sentido é que acredito que muitos intercambistas voltam pra casa, com olhares totalmente diferentes. Às vezes pelo fato de viver sozinho, de ter literalmente virar dono do seu próprio caminho, ou sei lá, o fato de apenas perceber o valor que as coisas que “julgávamos” ser pequenas, muitas vezes são MAIORES do que imaginávamos.


Neste roteiro que fizemos, começamos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário que foi construída e freqüentada pelos escravos em 1765.


A igreja do Rosário chama a atenção pelas linhas curvas, incomuns no barroco mineiro.

Quando demos inicio ao roteiro, cada integrante do grupo falou com uma palavra o que ouro preto lhe transmitia. E o que eu disse??? Hein??


Misteriosaa.... Acredito que essa é a melhor palavra pra resumir essa cidade, cercada de “causos” do povo. Depois dessas definições pessoais, fechamos os olhos, e tentamos escutar e sentir a cidade.


Pensa bem.... igreja totalmente construída por escravos. Nos fundos, o espaço que hoje tem, era usado para comerciantes, na venda dos coitadinhos. Imagina quanto choro, quanto medo, quanta confusão não deve ter acontecido. Parece até mentira o que vou falar. Mas de verdade, ouro preto tem um ar pesado, meio triste, mas esperançoso. Só quem já foi pode falar, ainda mais analisando a cidade em mínimos detalhes.



Depois da igreja, passeamos por muitas ruelas, sabendo um pouco da história de da arquitetura do local.

Você sabia que antigamente, o numero de janelas nas casas, era sinal de riqueza?


Rege a lenda que muitos senhores, mandavam construir janelas, mesmo que não tivessem utilidade, só para ostentarem riqueza.



Mas enfim, depois de tantas histórias, terminamos o roteiro na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Ela foi erguida durante o Ciclo do Ouro em torno de uma capela. Dizem por ai, que esta igreja foi a mais rica e populosa de Vila Rica, tendo em sua arquitetura uma concepção de linhas retas que não pode ser remetida ao barroco, sendo sua contrução disposta em cruz latina.

Igreja Matriz da Nossa Senhora do Pilar


Recomendo a todo mundo fazer esse roteiro, mesmo que nao seja em ouro preto. Pode ser em qualquer lugar. É só aumentarmos um pouco a percepçao e começarmos a explorar nossos caminhos cotidianos, atravez de uma maior consciencia temporal e espacial.


Não importa onde estivermos, seja na Irlanda ou no Brasil, no polo sul ou no polo norte, para percebemos o grande valor escondido em qualquer coisa que possamos ver. Só basta aguçarmos os olvidos, deixarmos o tato afinado, e o olfato no alerta...Dando novos sentidos as situações que nos rodeiam....


SÓ BASTA MUDAR A FORMA DE OLHAR...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Interesses do Lazer...

Todos nos possuimos interesses pessoais que suprem algumas de nossas necessidades de diversão, descanso e lazer. Cada um com suas particularidades, crenças e manias, mas todos tentando suprir esses interesses.


Um grande autor do lazer, DUMAZEDIER(1980), define esses interesses como:

INTERESSES FÍSICOS: O desejo de exercitar-se fisicamente, de colocar-se em forma, é o denominador comum destas atividades.
O interesse estético, ou contemplação da natureza e das pessoas nas caminhadas ou ainda o interesse associativo.





INTERESSES PRÁTICOS OU MANUAIS: Entendem-se como atividades ligadas ao prazer de manipular, explorar e transformar a natureza.
Representa-se desde lavar o carro no fim de semana até o crochê, tricô, ou ainda no consertar e desmontar para conserto de novas engenhocas e eletrodomésticos.






INTERESSES ARTÍSTICOS: O lazer manual é uma fonte de expressão artística, mas não para todos. O artístico ressalta a busca pelo imaginário, do sonho, do encantamento, do belo, do fazer-de-conta. Compreende-se habitualmente na prática e na assistência de todas as formas de cultura.





INTERESSES INTELECTUAIS: Tudo na vida é fonte de conhecimento, de informação, de aprendizagem. A arte informa por encantamento e a ciência (principal fonte de satisfação dos interesses intelectuais do lazer) por desencantamento. Muitos preferem crescer no conhecimento através da leitura elaborada, livro, filmes, etc...



INTERESSES SOCIAIS: Em todas as atividades pode existir um forte conteúdo de sociabilidade, expresso no contato com as pessoas, porém fala-se das atividades desenvolvidas para exprimir o interesse cultural centrado no contato com as pessoas.



INTERESSES TURÍSTICOS: Tem como base a busca pela mudança de paisagem, ritmo e estilo de vida. Certamente o turismo é a atividade que mais desperta ansiedade nos indivíduos, o fascínio de conhecer novos lugares, novas formas de vida, sobretudo no curto espaço de tempo alterar a rotina cotidiana.




Sendo assim, é atraves desses interesses, que o profissional do lazer trabalha, tentando reunir as mais diferentes vertentes, para conseguir realizar um bom trabalho

Fontes:

DUMAZEDIER, Joffre – Valores e conteúdos culturais do Lazer. São Paulo: SESC. 1980.
CAVALLARI, Vinicius Ricardo, ZACHARIAS, Vany. Trabalhando com recreação. São Paulo. Ícone. 2008.

http://www.efdeportes.com/efd49/lazer.htm

http://www.efdeportes.com/efd69/ufsm.htm

http://www.lazer.eefd.ufrj.br/sesc/docs/manual_sesc_quadras_esportivas.pdf